segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Como escolher o doador?

Obviamente alguns transplantes como coração e pâncreas só podem ser realizados por doador morto. Não se pode tirar o coração ou pâncreas de ninguém. Porém, no caso do transplante renal, uma pessoa viva pode ser doadora. Conseguimos viver perfeitamente apenas com um rim. Isso favorece a doação entre familiares e faz com que o transplante renal seja o que tenha maior taxa de sucesso.

Muitas vezes um paciente a espera do transplante tem vários doadores na família. O que fazemos é mapear geneticamente todos eles, e ao final, aquele potencial doador que for geneticamente mais parecido como receptor será o doador preferencial. Se por algum motivo aquele doador preferencial tiver algum problema e não possa doar, passamos para o segundo mais compatível, e assim por diante.

O transplante realizado entre vivos não tem fila. Ele é feito assim que se conseguir um doador voluntário e todos os exames pré-operatórios estejam prontos. Esse processo demora em média 6 meses se não houver nenhum problema.

Quando o paciente não tem doadores voluntários ou quando o transplante é de algum órgão que não permita a doação em vida, o processo é diferente. Enquanto que no transplante entre vivos escolhe-se o doador, no transplante cadavérico, quem é escolhido é o receptor. Explico.

Todos os pacientes que encontram-se na fila de transplante passam pelo mapeamento do HLA. Seus dados ficam em um rede informatizada controlada pela instituição responsável pelo transplante de órgãos. Quando há confirmação de morte cerebral de um potencial doador, a equipe de transplante é acionada para fazer o mapeamento genético deste doador cadáver. Este HLA é então jogado no banco de dados informatizado que automaticamente seleciona entre todos na fila, aquele que é geneticamente mais parecido com o doador falecido. Neste momento o doente escolhido recebe uma ligação do centro de transplante informando que ele será transplantado nas próximas horas.

Existe ainda um exame chamado de teste de compatibilidade ou "cross-match". Mistura-se o sangue do doador com o do receptor para ver se alguma reação que indique a presença de anticorpos pré-formados contra as células do doador. A presença destes anticorpos contra-indica o transplante com esse doador sob o risco de uma rejeição fulminante, não importando o quão semelhante é o HLA.

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